Toyota quer começar a vender carros que "falam" entre si

A Toyota/Lexus quer começar a vender, em 2021, carros que "falem" uns com os outros, a exemplo do que já faz no Japão desde 2015, onde já tem mais de cem mil unidades em comunicação entre si. E pretende, com este anúncio, que os outros construtores sigam o exemplo, de forma a que a circulação se torne muito mais segura, já que os carros conseguirão controlar o que todos os outros estão a fazer, num raio de 300 metros! Uma tecnologia que também está atrasada na Europa…

Desde 1999 que os "States" têm uma frequência (5,9 GHz) reservada para os fabricantes de automóveis desenvolverem esta tecnologia, mas praticamente nada foi feito. A administração de Barack Obama ainda tentou, em Dezembro de 2016, passar uma lei que obrigasse os construtores a equiparem todos os novos carros com a capacidade de "falarem" uns com os outros, dando-lhes quatro anos para cumprir, mas sem sucesso. E, justiça seja feita, até aqui apenas a General Motors oferecia essa possibilidade num modelo seu, o Cadillac CTS.

Agora, é a Toyota/Lexus que quer avançar com esta tecnologia – habitualmente designada por V2V, "vehicle to vehicle" – que pode evitar milhares de acidentes todos os anos que, além da óbvia e mais importante poupança de vidas, evitará avultadas despesas de reparações que compensarão os investimentos adicionais, estimados em 110 a 240 euros por carro.

Em termos genéricos, esta tecnologia consiste num sistema dedicado de comunicações de curto alcance, capaz de transmitir dados até cerca de 300 metros. Cada carro emitirá a sua posição, direcção e velocidade, dados que serão captados pelos outros automóveis que tenham a mesma tecnologia e que estejam dentro desse raio de 300 metros, podendo interpretar o que cada um está a fazer e que perigo poderá representar.

Os dados são emitidos dez vezes por segundo, sendo por isso uma forma muito rigorosa de localização e prevenção de acidentes. Esta é uma tecnologia crucial para a redução de acidentes nas nossas estradas mas, acima de tudo, indispensável para os futuros automóveis autónomos. Estes terão de ter uma capacidade de comunicação entre si bastante superior, estando também à espera da banalização das redes 5G, única forma de tornar fiável e viável a capacidade de se "vigiarem" mutuamente e tomarem decisões em tempo real.

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